Primeiro, o que motivou esse post foram dois textos hiper-bacanas que li esses dias, que tem tudo a ver com a minha maneira de pensar e curtir música. O primeiro, foi do Eduardo Mano, que escreve com simplicidade e lucidez invejáveis. Aí o Thiago Bonfim também(de forma excelente) resolveu escrever sobre o tema.
Leia imediatamente os dois textos e só depois retorne aqui para ler as minhas mal-traçadas linhas sobre o tema.
Ok. Acreditando que você já foi enriquecido com os dois textos, permita-me acrescentar algumas observações, bastante particulares e pessoais sobre o tema. (Obviamente sem o mesmo talento do Mano e do Thiago, mas com o que acredito, sejam algumas observações pertinentes. Pelo menos pra mim).
Essa velocidade de consumo, que foi citada tanto pelo Mano, como pelo Thiago, é uma coisa que tem me assustado bastante. As pessoas querem escutar os discos antes de serem lançados. Querem assistir um episódio de série que foi exibido ontem nos Estados Unidos, já legendado, hoje no Brasil. Não dá pra esperar. É preciso consumir. E aí, o que acontece? Quando o Disco é lançado, já é "velho". Quando a série começa a ser exibida no Brasil, já está ultrapassada. Todos(ou quase) já viram. É um ciclo frenético de velocidade e consumo.
E com toda essa loucura, não há tempo para que o trabalho alheio conquiste as pessoas. Há apenas uma oportunidade para que o CD conquiste o seu usuário. Não há um tempo de maturação, de entendimento ao que o artista se propôs. Não se busca apreciar o trabalho alheio. Talvez a facilidade com que as pessoas tenham acesso às coisas, tenha contribuúdo para essa atitude. Já que veio "de graça", não tem pra quê tanto esforço pra tentar entender e apreciar o trabalho.
Não sou totalmente contrário ao download. Acho uma ótima opção para conhecer novas bandas e artistas. Eu mesmo conheci várias em 2010 assim. Só que no meu caso, baixo, aprecio e vou em busca do original. Quero apoiar a banda para que façam outro ótimo disco, criando assim um círculo virtuoso. Faço a minha parte(promento que não vou utilizar aquela metáfora do menino devolvendo Estrelas-do-Mar ao Oceano).
Música não é para ser só escutada. Tem que ser apreciada, degustada, entendida. É um momento sublime quando uma canção lhe cativa, causa aquela emoção inesperada, você é surpreendido pela beleza e/ou simplicidade de um verso ou apenas um simples acorde que lhe levam às lagrimas.
Escute um álbum, duas, três...dez vezes! Você vai ver que a cada audição ele terá algo diferente a te apresentar. Você pode argumentar que não tem tempo para isso. Mas acredite, você tem. É tudo uma questão de prioridade.
Reforçando o que o Mano disse, não pague preços abusivos. CD's são muito caros quando são lançados. O que eu faço? Espero passar a hype do lançamento para comprar. Não tenho pressa. Acabo pagando preços bem mais baixos depois.
Acho que é isso.
Dê uma oportunidade a música. Todos agradecem.
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